terça-feira, 1 de setembro de 2015

Na queda de braço entre Polícia e governo, pior para a população

De um lado, parte da Polícia Civil, representada pelos sindicatos da categoria, reivindicando melhores salários e condições de trabalho. Do outro, o governo do Estado, acossado pela crise que sacode o País e sem poder responder aos pleitos dos policiais. O resultado da queda de braço é o aumento da criminalidade e a perda de capacidade de resolução de crimes, tendo como maior prejudicado o motivo primeiro da existência do aparelho estatal: o cidadão.
Nos últimos dois meses, o governo ficou longe da meta traçada contra os homicídios. A projeção de julho era não ultrapassar 226 assassinatos, mas ficou em 297. Para agosto, 220. Mas até o dia 25 já eram contabilizadas 260 mortes. Alguns homicídios, como os de maior repercussão, têm resolução rápida. Outros, em meio ao turbilhão que passa a categoria, se arrastam para ser esclarecidos.
Há dois meses, parte dos agentes, escrivães e delegados de polícia decidiram, como forma de protesto, não mais participar do Programa de Jornada Extra e Serviço (PJES). Muitos também começaram uma operação padrão que termina atrasando os procedimentos nas delegacias.
Com isso, a Polícia Civil – que já tinha um déficit de 50% no efetivo – passou a ter ainda menos poder de fogo na hora de elucidar crimes. A Força Tarefa do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), responsável pela primeira apuração dos assassinatos, perdeu duas equipes no último ano. “Durante a semana, eram três equipes nas ruas, agora existe apenas uma, e com número reduzido de integrantes”, conta, em reserva, um delegado. Apenas no mês de julho deste ano, a identificação da autoria dos homicídios no Estado caiu em 58%, comparada com o mesmo mês de 2014.

Fonte-jc

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